Passado longos meses a deriva, sem idéia e inspiração pra escrever, aqui estou novamente, para matar a saudade do que eu mais admiro em mim. As vezes me sinto tão só e acabo encontrando em minhas linhas companhia, na verdade acredito que desabafar em palavras e frases intermináveis e sem sentido é o verdadeiro refugio de um ser que vive no mundo da lua, e que leva a vida na base da imaginação e por isso consegue aturar a solidão. Viver na imaginação nos tira da realidade, mas nos faz tão bem, quase um vicio, não é bom mas traz um prazer inexplicável.
Tem sido um sacrifício cada dia que chega e exaustivo aquele que termina, eu durmo para descansar e acabo acordando mais cansada ainda.Mas minha fé é inabalável e eu sei que esse vento frio que toca e arrepia o meu corpo agora é um sinal de que bons ventos virão, não desacreditem de minha fé.
Não sei explicar como estou tão perto e tão longe de mim e de tudo o tempo todo. Acho que deixei que algumas coisas tirassem meus pés do chão, e eu só sinto o peso do meu corpo quando em momentos de chateação eu perco a carona e tenho que sentir que andar sozinho é deveras a tarefa mais difícil da vida.
Quanto ao coração, ainda bate, ou talvez imagina que bate, não sei mais diferenciar o que é, o que não é, o que já foi, que pode ser, talvez faço ser o que já foi e não me encontro. Eu amo, mas acredito que estou meio perdida, ainda que em passos lentos vou me encontrar, considero a idéia de que preciso me amar um pouco mais para considerar que amo outro alguém. Não sei se me jogar, me doar a outro alguém signifique amor, só sei que me jogo, me afundo e ate me afogo as vezes para arrancar um sorriso de mim mesma, não consigo mais tentar abrir um sorriso de quem prefere sorrir de costas para mim. Não tem jeito mesmo, minha vida é um paradoxo.
Vou parando por aqui, pois ando a flor da pele, e tudo tem se tornado um espinho, que aflora a sensibilidade aguçada que tomará conta de mim e que me transborda de lagrimas capazes de encher um oceano, para que eu possa dormir em paz.